Desde que o médico britânico James Parkinson descreveu pela primeira vez a doença como uma condição neurológica, há dois séculos, os cientistas buscam por uma explicação para o motivo pelo qual algumas pessoas desenvolvem perda drástica do controle motor fino à medida que envelhecem. Recentemente, no entanto, num artigo publicado no periódico científico Frontiers in Cellular and Infection Microbiology, cientistas afirmaram que um micróbio pode desempenhar papel fundamental no desenvolvimento da doença de Parkinson.
Ao excretar compostos que ativam proteínas dentro das células cerebrais, os micróbios — encontrados em ambientes úmidos e pantanosos — podem desencadear a formação de aglomerados tóxicos. As descobertas foram realizadas pelos cientistas da Universidade de Helsinque e da Universidade do Leste, na Finlândia. Os estudos descrevem a bactéria Desulfovibrio. Os cientistas modificaram geneticamente vermes, a fim de configurá-los às mudanças físicas no cérebro que coincidem com a doença de Parkinson. Depois, eles os expuseram à bactéria.
O que os cientistas disseram
Per Saris, autor sênior da pesquisa: “Nossas descobertas tornaram possível rastrear os portadores dessas bactérias nocivas Desulfovibrio. Consequentemente, eles podem ser alvo de medidas para remover essas cepas do intestino, potencialmente aliviando e retardando os sintomas de pacientes com doença de Parkinson”.
Apesar de haver um certo padrão genético da doença, os cientistas afirmam que a causa dos aglomerados tóxicos no cérebro humano ainda é um mistério. A genética explica apenas cerca de 10% a 15% de todos os casos de Parkinson. Isto dá margem para as suspeitas dos cientistas quanto à influência do ambiente. Alguns tipos de bactérias intestinais podem ter relação com os sintomas da doença. Saris conclui: “A doença é causada principalmente por fatores ambientais, ou seja, é a exposição ambiental às cepas bacterianas Desulfovibrio que causa a doença de Parkinson”.
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