Brasileira denuncia xenofobia e agressão em metrô de Portugal Vídeo flagrou a cena; segundo a jornalista de BH, a confusão começou após ela colocar uma patinete elétrica debaixo do banco
Uma jornalista brasileira de 28 anos denuncia ter sido vítima de xenofobia e agressão dentro do metrô da cidade do Porto, em Portugal, nesta sexta-feira (8). A xenofobia ocorre quando uma pessoa demonstra antipatia a outra pelo fato de ela ser estrangeira.
Um vídeo feito por Aline Lima, a vítima, mostra parte da confusão. Na gravação, é possível ver um homem perguntando a ela: “Por que você não volta para o seu país?”. A brasileira continua filmando a cena e questionando a postura do homem. Em seguida, ele atinge o rosto de Aline com uma sacola.
A vítima registrou um boletim de ocorrência na Polícia de Segurança Pública de Braga. Aline afirmou à reportagem que o desentendimento começou quando ela decidiu colocar sua patinete elétrica debaixo do banco do metrô.
“Dentro do trem tem o lugar certo para colocar bicicletas e patinetes. Geralmente, algumas pessoas prendem com uma corrente para não sair com o movimento do metrô. Como eu não tinha essa corrente no dia, eu dobrei a patinete e coloquei debaixo da cadeira”, contou a jovem sobre o início dos insultos.
“Enquanto eu a dobrava, ele começou a falar que eu não poderia fazer isto. Quando eu coloquei a patinete debaixo do banco, ele começou a dizer: ‘Vem para cá e acha que pode fazer o que quer’. Tentei me acalmar, já que ele é um senhor de idade, mas ele soltou a famosa frase: ‘Volte para o seu país'”, relatou a jornalista.
A brasileira afirma que começou a filmar o homem ao perceber que ele continuava com os insultos e avisou que iria denunciá-lo por xenofobia. Foi nesse momento que ele teria desferido o tapa em Aline.
A reportagem procurou a Polícia de Segurança Pública de Braga e o Itamaraty para comentar o caso. Segundo Aline, guardas do metrô pegaram a identidade do passageiro suspeito de agredi-la e incluíram os dados no registro policial. A brasileira tenta obter as gravações do circuito de segurança do trem para anexá-las à ação judicial que pretende abrir.
Aline Lima atualmente trabalha como freelancer. Ela mora em Portugal há três anos, desde que decidiu deixar Belo Horizonte para “viver novas experiências”.
“Eu nunca tinha passado por uma situação dessa. Já vi algumas pessoas passando por isto, mas, por serem imigrantes, não denunciam”, diz a brasileira, que ressalta estar legalmente no país europeu. “A gente sempre espera que uma hora ou outra aconteça alguma coisa. É inevitável. O brasileiro aqui é muito querido, mas sempre tem algumas pessoas com a piada do ‘volte para sua terra’. Eu não imaginava que passaria por isto, ainda mais em uma situação ridícula, mas isto não me desanimou”, desabafa.
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