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Dólar sobe a R$ 5,78 e encerra outubro com valorização de 6,13%

O dólar apresentou alta moderada nesta quinta-feira (31), dia marcado por aversão ao risco no exterior em meio à expectativa pela eleição presidencial norte-americana. Por aqui, o pano de fundo de cautela fiscal, dada a indefinição em torno da magnitude do pacote de corte de gastos prometido pelo governo Lula, manteve os investidores na defensiva. A formação da taxa de câmbio esteve sob forte influência de fatores técnicos, como a formação da última Ptax de outubro, ao longo da primeira etapa de negócios, e a rolagem de posições no segmento futuro típicas de virada de mês.

Com máxima a R$ 5,7940 no início da tarde, o dólar à vista fechou a sessão com ganho de 0,31%, cotado a R$ 5,7811. A divisa acumulou alta de 6,13% em outubro, a maior valorização mensal desde julho (6,43%). Além da força da moeda norte-americana no exterior, o real sofreu com o aumento da percepção de risco fiscal ao longo de outubro. Apenas o peso chileno teve perdas maiores que a moeda brasileira no período, considerando as divisas latino-americanas.

Termômetro do comportamento do dólar em relação a uma cesta de seis divisas fortes, o DXY rondou a estabilidade ao longo do dia, terminando outubro com ganhos de cerca de 2,70%. A libra caiu mais de 0,60% nesta quinta e atingiu o menor nível em relação ao dólar desde agosto, em meio a preocupações fiscais no Reino Unido. Já o iene subiu quase 1% após fala do presidente do Banco do Japão (BoJ, o banco central norte-americano), Kazuo Ueda, deixando em aberto a possibilidade de alta de juros.

Entre os indicadores do dia, a leitura do índice de preços de gastos com consumo (PCE na sigla em inglês) de setembro veio em linha com as expectativas. As atenções se voltam na sexta-feira para a divulgação do relatório de emprego (payroll) de outubro. Como o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) tem dado peso cada vez maior ao mercado de trabalho para a gestão da política monetária, os números do payroll podem mexer com as apostas para o ritmo de corte de juros nos EUA. As moedas emergentes tendem a ficar pressionadas diante da expectativa pelas eleições americanas na próxima semana.

O governo deve anunciar corte de despesas em R$ 25,5 bilhões, abaixo dos R$ 49,5 bilhões estimados para cumprimento das metas fiscais neste ano. Medidas discutidas incluem o combate a supersalários, mudanças nos repasses para Saúde e Educação e moderação nas emendas parlamentares. Estaria em estudo limitar o crescimento anual do piso de saúde e educação a 2,5%. O governo encaminhou ao Congresso duas propostas que aumentam a liberdade do Executivo de mexer no Orçamento sem consultar o Parlamento.

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