Um empréstimo de R$ 30 mil usado como capital de abertura de uma microempresa, em 2019, e uma taxa básica de juros que atingiu 13,75% ao ano.
A soma desses dois fatores levou o microempresário Leonardo Gomes, 31, e seu sócio a uma dívida que se arrastou por três anos —e saltou para R$ 90 mil.
O ponto da Caixote Móveis, loja de móveis e marcenaria, foi devolvido em julho.
Mas o empresário não pode fechar a empresa, que continua a aceitar encomendas, enquanto todas as dívidas não forem pagas.
Além do empréstimo para a abertura.
A falta de capital também resultou em outras dívidas, relativas ao pagamento de ex-funcionários e fornecedores, ao alugue, a impostos e a serviços de água e luz, que somam R$ 70 mil.
O caso de Gomes está entre os dos 6,5 milhões de micro e pequenas empresas com dívidas negativadas –inscritas em listas de devedores– em junho.
São cerca de 300 mil negócios com contas atrasadas a mais que o registrado no mesmo mês de 2023. Juntas, todas as dívidas atingiram R$ 125,7 bilhões.
É o maior volume de empresas inadimplentes e o mais alto valor em dívidas registrados desde o início da série histórica, em 2016.
