Indicado por Lula para comandar a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em maio, Luiz Fernando Corrêa diz em entrevista publicada nesta segunda-feira (2) por O Globo que nenhum governo tratou a área de inteligência “devidamente” desde a redemocratização
. “No segundo governo Lula, foi feita uma reestruturação das carreiras. O meu problema é a inteligência. A atividade foi malcuidada.
Isso ocorreu por razões óbvias: a desconfiança de que o serviço servia só para vigiar pessoas, contrariava interesses do Estado, uma questão cultural”, disse.
Ao comentar os atos de 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes, Corrêa disse que “o sistema estava caótico”. “Não tinha uma lógica, um funcionamento adequado.
É o sistema como todo, e nós vamos atribuir total responsabilidade à Abin, porque era órgão central?”, questionou.
O diretor-geral da Abin acrescentou que “as informações estavam claras, mas o funcionamento era caótico”. “Não vou tornar público meu diagnóstico.
Vou fazer as correções.
Desenhamos a solução, foi discutida e houve anuência do presidente. Agora, temos um projeto para botar isso para funcionar”, comentou.