O motorista afirmou que trabalha há cinco anos em um hotel na área interna do parque e que recentemente fez outros flagrantes na região. Ele afirma, no entanto, que mesmo já tendo vistos outras onças-pintadas, que cada nova aparição delas é como se fosse a primeira vez que ele vê o animal.
“Eu estava descendo perto de uma placa de 40km/h, perto do hotel, mas consegui ver ela um pouco antes, tanto é que diminui (a velocidade do carro), já vim devagar, por isso consegui fazer uma filmagem de mais perto. Sempre quando a gente encontra ela é como se fosse a primeira vez”, afirmou o motorista.
O vídeo da onça-pintada Cacira foi feito na última sexta-feira (15).
Onça-pintada é Cacira
Conforme a bióloga Yara, a onça-pintada registrada pelo motorista é Cacira, um dos animais monitorados pelo Projeto Onças do Iguaçu. As onças, segundo ela, são identificadas por meio do padrão das manchas, que são únicas em cada animal, como se fosse uma impressão digital.
Cacira foi registrada pela primeira vez em 2018, e em 2019 foi registrada com dois filhotões, a Angá e o Sapeca. Em 2021 ela foi registrada novamente com outros dois filhotes.
Em março deste ano, ela e o macho Peter, também monitorado pelo projeto, foram vistos juntos. Meses depois, em maio, ela foi registrada aparentemente prenha. O projeto acredita que ela esteja com um ou dois filhotes no momento, mas que ainda não foram vistos.
Projeto Onças do Iguaçu
O Projeto Onças do Iguaçu é uma iniciativa do próprio Parque Nacional do Iguaçu, que tem como missão a conservação da onça-pintada, espécie-chave, segundo o projeto, para a manutenção da biodiversidade na região do Parque, única reserva da Mata Atlântica na região oeste do Paraná.
A cada dois anos, o projeto, em conjunto com o Proyecto Yaguaraté, da Argentina, divulga um senso realizado nos parques nos dois países com números sobre a quantidade de onças-pintadas nos dois locais. São cerca de 600 mil hectares de área monitorados pelos dois projetos.
Em quase 20 anos, a pesquisa mostrou que o número de onças-pintadas mais que dobrou. Em 2005, a estimativa era de 40 animais, pouco para garantir a sobrevivência da espécie.
O censo divulgado em junho deste ano mostrou que já são, em média, 93 onças vivendo na área de preservação entre os dois paises.
Com câmeras espelhadas pelo corredor verde foram capturadas mais de 3,5 mil fotografias. Para estimar a população do parque, os pesquisadores fazem um cruzamento de informações com base na área monitorada e na quantidade de onças diferentes registradas.
