Macron recebe cacique Raoni em Paris para reafirmar compromisso de proteger a Amazônia

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O presidente da França, Emmanuel Macron, vai se reunir no domingo, 4, com o cacique Raoni com objetivo de discutir maneias de preservar a biodiversidade e proteger os povos autóctones, segundo informação divulgada pela Presidência da França à ‘rádio francesa France Info’. “Este encontro será a ocasião para o presidente da República reiterar seu compromisso com o respeito aos povos autóctones, e sua determinação a trabalhar pela conservação dos meios naturais e principalmente das florestas tropicais, que constituem reservas vitais de carbono e de tesouros de biodiversidade”, dizia o comunicado enviado pelo Palácio do Eliseu, acrescentando que eles vão conversas sobre as próximas grandes etapas para reforças a proteção da floresta. Macron e Raoni já se encontraram em maio de 2019. Outro assunto que deve se fazer presenta na conversa entre eles é a cúpula que visa criar um pacto financeiro mundial em Paris, que pretende aumentar a solidariedade internacional na luta contra pobreza, proteção da natureza, ação pelo clima e a cúpula a Amazônia, que vai ser realizada em Belém, no Pará. Esse encontro com o líder francês acontece dois dias depois que vários líderes da luta indígena brasileiros, incluindo o cacique Raoni Metuktire, pediram ao presidente Lula que “vete” um projeto de lei para limitar a demarcação de terras indígenas que, em sua opinião, representa um “genocídio aprovado” pelos deputados. “Esta aprovação do projeto de lei ameaça nossos direitos. Todos nós, povos indígenas do Brasil, não aceitamos”, disse o nonagenário Raoni na língua kayapó, em Paris, traduzido por seu sobrinho Bemoro Metuktire.

A Câmara dos Deputados aprovou, em 30 de maio, um projeto que limita a demarcação de terras indígenas àquelas ocupadas por eles em 1988, quando foi promulgada a atual Constituição. Agora o texto deve ser submetido à votação do Senado. Promovida por deputados simpatizantes do agronegócio e opositores, essa aprovação foi um revés para as promessas ambientais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que anunciou a demarcação de novas reservas de terras indígenas. “Significa um genocídio aprovado pela Câmara dos Deputados. É tirar o nosso direito de viver, é acabar com o futuro dos nossos filhos. Acabar com o futuro dos povos indígenas é também acabar com o futuro das florestas”, acrescentou Watatakalu Yawalapiti, líder do movimento de mulheres indígenas do Xingu. No Brasil há um total de 764 territórios de povos indígenas, mas cerca de um terço ainda não foi demarcado, segundo dados da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). As comunidades indígenas rejeitam o “marco temporal”, já que muitos povos não ocuparam determinados territórios em 1988 por terem sido expulsos, principalmente durante a última ditadura militar (1964-1985).

A aprovação do projeto na Câmara dos Deputados, caiu como um balde de água fria durante a passagem das lideranças indígenas pela Europa para conscientizar e arrecadar fundos para proteger a Amazônia, e agora buscam uma manifestação no Brasil no dia 7 de junho. Nesse dia, o Supremo Tribunal Federal (STF) deve se pronunciar sobre o “marco temporal” e as lideranças indígenas esperam que seus membros “tomem as decisões certas”, nas palavras do cacique Tapi Yawalapiti. Além de “pressionar” o Senado e o STF, Tapi pede para não votar nos parlamentares que aprovarem o projeto, denunciar a violação dos direitos indígenas e alertar o mundo sobre a situação. “Nesse momento, peço a união de todo mundo, a força de todo mundo para que a gente salve a floresta. Estamos gritando aqui, pedindo socorro porque estamos protegendo a floresta para o mundo”, acrescentou Tapi. Enquanto o mundo busca limitar o aquecimento global, cientistas afirmam que a demarcação de terras indígenas é uma barreira fundamental para o avanço do desmatamento na Amazônia, a maior floresta tropical do mundo. Watatakalu do Xingu enfatizou que o objetivo do projeto de lei é “autorizar mais desmatamento, autorizar a construção de ferrovias, mais plantações de soja” e “produzir mais carne”. E pediu aos presidentes, empresas e cidadãos do mundo inteiro que pressionem e apoiem Lula diante dos deputados, principalmente quando “tudo o que acontece é em nome do povo de fora”, para produzir para a “Europa” e a “China”.

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