Passagem aérea está 26% mais cara que na pré-pandemia

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As companhias aéreas buscam retomar a lucratividade após um período de forte pressão financeira com a pandemia, e por isso, o preço da passagem aérea deve continuar salgado para os consumidores em geral neste ano. A sinalização foi dada na semana passada por executivos de Latam, Gol e Azul durante a divulgação dos balanços das empresas. A falta de intenção em alterar preços contrasta com o programa do governo que pretende oferecer passagem aérea por R$ 200 para aposentados, pensionistas, estudantes e funcionários públicos com renda de até R$ 6,8 mil. A medida foi anunciada na última segunda-feira, 13.

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) deve divulgar nas próximas semanas os dados referentes à tarifa em 2022. A informação mais recente, de novembro, aponta que o yield médio doméstico (ou seja, o preço pago pelo passageiro para voar um quilômetro) atingiu R$ 0,4940, alta de 26% na comparação com 2019 – antes da pandemia – e maior tarifa aérea para o mês desde 2012, ano que bateu R$ 0,6414. Todos os dados são corrigidos pela inflação até novembro.

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Em teleconferência com analistas e investidores em 7 de março, o presidente da Azul, Abhi Manoj Shah, afirmou que o cenário atual de tarifas não deve ser alterado. No quarto trimestre, o “yield” da aérea atingiu um valor recorde de R$ 0,506. “A indústria fez um bom trabalho quando a guerra [entre Rússia e Ucrânia] começou e a indústria vai manter [o nível tarifário]. Nossa intenção é ter disciplina e não devolver os ganhos”, disse.

Shah afirmou ainda que a indústria doméstica deve crescer sua oferta entre 8% e 10% neste ano ante 2019. “Todo mundo tem sido disciplinado e as aéreas estão recuperando a lucratividade que perderam. Os clientes estão dispostos a pagar os preços atuais. Não vemos queda na demanda, que está mais forte do que nunca”, acrescentou.

A Azul registrou um lucro líquido de R$ 1,1 bilhão no quarto trimestre de 2022, revertendo o resultado negativo de R$ 392 milhões de um ano antes. A receita líquida registrou recorde de R$ 4,5 bilhões no trimestre, alta de 19,4%.

A Gol reverteu o seu prejuízo do quarto trimestre de 2021 e registrou um lucro líquido de R$ 230,9 milhões nos últimos três meses do ano passado. A receita foi recorde e somou R$ 4,7 bilhões, alta de 61,7% na comparação anual e de 24,3% contra a pré-pandemia – amparada sobretudo pelo maior preço das passagens. O yield médio fechou em R$ 0,482, alta de 24,8% no ano e também recorde (os dados ainda não foram auditados).

Para os próximos meses, diante de um cenário ainda complexo para o setor, com falta de peças, atraso na entrega de aviões e alta de combustível, a Gol deu um passo para trás na sua projeção de oferta de assentos. Agora, estima que a oferta vai crescer entre 20% e 25% no ano sobre 2022 – antes, a previsão era de aumento de 25% a 30%.

Neste primeiro trimestre, o patamar deve voltar a ficar abaixo da pré-pandemia. “Ao longo do ano, pensando no ‘guidance’, a gente ultrapassa a capacidade em relação a 2019”, disse em teleconferência o presidente da Gol, Celso Ferrer. O diretor financeiro da empresa, Mario Liao, acrescentou que a Gol vai focar na “eficiência e na produção de margens”.

O presidente da Latam Brasil, Jerome Cadier, afirmou, na sexta-feira, que o grupo não vai sacrificar rentabilidade para ganhar participação de mercado. Apesar disso, observou que a companhia vai usar da sua melhor condição financeira após a conclusão da recuperação judicial (“chapter 11” nos Estados Unidos) para ter uma postura mais agressiva nos preços.

“A Latam liderou o mercado doméstico nos últimos dois anos, coisa que não fazíamos desde 2015. Isso mostra mais agressividade. Mas a Latam vai continuar sendo inteligente na colocação de capacidade, entendendo onde existem rotas rentáveis”, disse Cadier.

O Grupo Latam registrou lucro líquido atribuído aos controladores de US$ 2,53 bilhões no quarto trimestre de 2022, revertendo prejuízo líquido de US$ 2,65 bilhões do quarto trimestre de 2021. As receitas operacionais ficaram em US$ 2,74 bilhões, salto de 37,5%. Para este ano, a expectativa é que a Latam Brasil aumente sua oferta de assentos entre 7% e 10% contra a pré-pandemia (2019).

Um dos desafios da indústria tem sido o atraso na entrega de aviões. Segundo Cadier, os modelos de corredor único (da Airbus, usados na operação doméstica) estão garantidos. Na Boeing, as aeronaves maiores de rotas internacionais, o cenário é outro. “Aguardamos a chegada de modelos da Boeing para as rotas de Joanesburgo (África do Sul) e Los Angeles (esta última dentro da parceria com a Delta)”, disse.

A demora fez a empresa postergar o início da rota para Los Angeles, de julho para agosto. Já a operação para Joanesburgo está marcada para começar em setembro (antes a previsão era agosto).

Diferentemente de outras regiões, o governo brasileiro acabou não dando um apoio financeiro ao setor aéreo na pandemia. Com isso, as empresas tiveram de buscar financiamento no mercado e, após o pior da crise, estão mais endividadas. A Latam acabou indo pelo caminho da recuperação judicial, iniciada em 2020 e concluída em novembro passado, o que deixou um cenário de liquidez mais favorável. O grupo, entretanto, não tem demonstrado estar interessado em brigar por mercado como fez em 2015 com a Gol, época que as passagens tiveram uma forte queda.

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