Turismo teme que exigência de visto afaste turistas estrangeiros

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O Governo Federal avalia a possibilidade de retomar a exigência de visto para turistas americanos, canadenses, australianos e japoneses que quiserem visitar o Brasil. Se revista, a medida irá reverter uma decisão de 2019, que autorizava aos visitantes desses países a entrada no Brasil sem a necessidade do documento. Contudo, para representantes do trade turístico no Rio Grande do Norte, o ideal seria manter a medida que está em vigor uma vez que, se a exigência for retomada, poderá aumentar a burocracia, dificultar a chegada dos turistas e afastá-los do País.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio Grande do Norte (ABIH-RN), Abdon Gosson, afirmou que voltar a exigir o visto fará com que os turistas procurem outros destinos para visitação. “Isso [a volta da exigência] é péssimo, porque, condicionar visto para turista faz com que ele [o turista] deixe de vim para o Brasil e vá para outros países que não têm a obrigação do documento. A medida vai afastar visitantes”, aponta.

A preocupação, segundo Gosson, é especialmente com o turista norte-americano. “O visitante estrangeiro fica mais tempo por aqui e gasta mais do que o brasileiro. Então, esses turistas merecem ser muito bem-vindos e muito bem tratados. A isenção ao visto é um das formas de tratá-los bem, antes mesmo de chegarem por aqui”, sublinha Abdon Gosson, ao chamar a atenção para as dificuldades encaradas pelo turistas brasileiros em relação aos Estados Unidos. “Os brasileiros, muitas vezes, querem ir para o EUA e não vão, porque uma família com quatro pessoas vai gastar, só com visto, R$ 5 mil”, alerta.

A presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do Rio Grande do Norte (ABAV-RN), Michelle Pereira, também acredita que qualquer obrigatoriedade ou imposição para utilização do visto, poderá atrapalhar o setor. “De fato, [a exigência] é um empecilho e um dificultador para atrair turistas”, diz. “Hoje, para entrar como vistante na Europa, é preciso apenas o passaporte e a dificuldade que a gente ainda tem com o visto americano (quem quer tirar a primeira vez, por exemplo, espera um ano) faz com que as pessoas vão para a Europa ou para outro local”, pontua Michelle.

Ele ressalta que os efeitos burocráticos que os brasileiros enfrentam quando buscam visto americano de turista, por exemplo, podem se repetir no caminho inverso com a exigência do visto de turista para visitas ao Brasil.

Outras dificuldades podem ser impostas na hora de turistas estrangeiros apostarem no País como destino para viajar “O turismo requer flexibilidade. A liberação do visto foi desenvolvida justamente para estimular o norte-americano a vir ao nosso País. A retomada da exigência é uma questão política, uma vez que os brasileiros têm a necessidade de, ao entrar nos Estados Unidos, cumprir todos os protocolos do processo para a aquisição do visto”, ressalta o presidente do Natal Convention Bureau, Leandro Di Martins.

Segundo ele, a medida, da forma como vigora atualmente, é um estímulo ao turismo de negócios e de lazer e não deveria ser alterado. “A minha percepção é a de que, de fato, o formato que está aí, mais liberal, seria o melhor modelo para o Brasil”, diz o presidente do Natal Convention Bureau.

Para o presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Rio Grande do Norte (SHRBS-RN), Habib Chalita, se a exigência do visto for retomada, deve vir aliada de uma intensa divulgação do Brasil junto aos EUA. No caso específico do Rio Grande do Norte, ele diz que há uma ótima aceitação do produto no país da América do Norte.

“Nós tivemos uma grande oportunidade na Copa do Mundo, quando os Estados Unidos jogaram em Natal e o destino foi aprovado pelos americanos. Então, não deve-se tratar apenas de liberar o visto, mas fazer uma captação de turistas americanos. Não adianta fazer a liberação sem divulgar nosso destino. É preciso participação em feiras e um trabalho para que o RN possa atrair os turistas dos EUA”, aponta Chalita.

O Brasil concedeu a isenção de visto para turistas dos Estados Unidos, Austrália, Canadá e Japão em 2019, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. O benefício geralmente é concedido em regime de reciprocidade, o que não aconteceu. Agora, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), solicitou ao Itamaraty uma avaliação interna sobre os impactos da medida adotada na gestão passada em relação ao fluxo de turistas no País, decorrentes da isenção.

De acordo com o que tem sido veiculado pela imprensa nacional, se os efeitos da isenção forem inexpressivos e se não houver reciprocidade por parte dos países contemplados, o Governo não descarta retirar o benefício.

Fecomércio aponta aumento de turistas

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado (Fecomércio/RN), informou que acompanha a proposta de retomar a exigência do visto para estrangeiros com certa apreensão, uma vez que houve um acréscimo de 10% na chegada de visitantes dos países em questão ao Brasil depois que a exigência foi retirada em 2019. A entidade diz que segue o posicionamento da CNC (Confederação Nacional do Comércio) pela não-obrigatoriedade, externado à época em que a medida entrou em vigor no país.

O entendimento se deve ao fato de que a dispensa do visto tem importância estratégica pelo potencial econômico desse público para o setor. “Os números mostram a importância da manutenção da inexigibilidade do visto aos americanos. Em 2019, quando esta exigência caiu, tivemos cerca de 590 mil deles visitando o Brasil, um incremento de quase 10% sobre os 538 mil que havíamos registrado em 2018. Os anos de 2020 e 2021 tiveram os dados prejudicados pela pandemia. Ainda assim o Tio Sam seguiu como o segundo maior pólo emissor de turistas para o Brasil”, explica o presidente da Federação, Marcelo Queiroz.

Ele relembra que o ano de 2021 fechou com um total de 132 mil visitantes enviados para o Brasil, sendo que a quantidade de americanos só perde para os argentinos. “Fica claro, portanto, que temos um caminho fértil a percorrer na reconquista deste turista. E, sem dúvidas, a retirada da exigência do visto contribuiu fortemente com este esforço”, enfatiza.

Marcelo também concorda que a exigência do visto é uma medida burocrática que dificulta a chegada desses visitantes. “Se um turista americano fica entre vir pra cá ou pro Caribe, por exemplo, onde ele não precisa de visto, naturalmente ele escolherá o destino mais simples e, inclusive, mais barato, porque a burocracia traz, consigo, gastos embutidos. Entendemos que o ideal seria manter (a liberação do visto)”, pontuou o presidente da Fecomércio/RN.

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