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DNIT nega risco estrutural na Ponte de Igapó

Não é de hoje que a aparente falta de reparos na Ponte de Igapó chama atenção. Recentemente, um vídeo que circula na internet denunciou a ausência de proteção em um dos guarda-corpos do corredor para pedestres, além da presença de alguns buracos no mesmo corredor e rachaduras no asfalto, efeito possível das juntas de dilatação. As condições da ponte despertam a curiosidade sobre o real estado e segurança do equipamento de mobilidade.

A TRIBUNA DO NORTE procurou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), órgão responsável pela ponte, que informou sobre uma futura vistoria para análise e emissão de um parecer técnico. “O DNIT informa que não há risco em relação à estrutura da ponte. A autarquia vai realizar vistoria no local para análise e emissão de um parecer técnico”, informou.

Na quinta-feira (16), a reportagem da TN foi ao local, que é o principal meio de ligação entre a zona Norte e às demais regiões administrativas da capital potiguar. A falta de proteção em um dos guarda-corpos do corredor de pedestres acende o alerta para a possibilidade de quedas no rio, como quase aconteceu com João Batista Leôncio, na semana passada. “Eu vinha de bicicleta à noite e não vi que estava sem a proteção. O poste aqui estava sem lâmpada. Quando eu percebi o vácuo, puxei a bicicleta para o outro lado rapidamente. Isso é muito perigoso, porque se uma pessoa cair aqui e não souber nadar, morre”, alerta o homem.

Outros guarda-corpos apresentam fragilidade, com ferros expostos e rebocos rachados. Por e-mail, a reportagem questionou o DNIT sobre o problema. O órgão não respondeu sobre quando a instalação da proteção será refeita e limitou-se a falar sobre uma futura obra que pretende fazer. “O Departamento frisa que tramita na Autarquia Contrato de Restauração e Ampliação da Ponte de Igapó, o qual está em fase de Estudo de Concepção”, afirmou, sem sem mencionar prazos ou detalhar estudos e contratos.

Em 2019, o órgão realizou reparos emergenciais em colunas e vigas após o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Norte (CREA-RN) constatar 16 anomalias na estrutura. Mas os reparos forampaliativos para os elementos mais deteriorados (onze pilares e oito vigas) com aplicação de produto anticorrosivo nas ferragens expostas e cobertura com uma nova camada de concreto.

Para esse serviço foram gastos R$ 1.197.143,61 do Ministério da Infraestrutura. À época, o DNIT disse que havia a expectativa de lançar um edital para restauração total da ponte ainda em 2019, com previsão de início das obras em 2020, o que não ocorreu. O CREA informou que, por enquanto, não há novos estudos sobre a situação da ponte.

A possibilidade de obras na ponte pode não coincidir com as obras que já estão sendo executadas bem ao lado, as de modernização da Avenida Felizardo Moura, no bairro Nordeste. Esses serviços têm ocasionado o fechamento da ponte de Igapó.

De acordo com o secretário de Infraestutura de Natal, Carlson Gomes, não há atrasos no cronograma, que iniciou, recentemente, a segunda fase. “Começamos a fazer a impermeabilização do trecho iniciado na ponte para colocar o asfalto definitivo de lá até a Compal. A obra segue com seu cronograma normal, sem atrasos”, disse.

Boqueio

Na próxima semana, a Avenida Felizardo Moura terá bloqueio total entre as 22h da terça-feira (21) e 4h da quarta-feira (22), para a execução de um corte no asfalto para ligação de rede de telecomunicações que necessita ser implantada na avenida. Durante a interdição temporária, os motoristas deverão utilizar a ponte Newton Navarro ou o acesso sul do aeroporto de São Gonçalo do Amarante. A via conta, atualmente, com interdições parciais na faixa da direita, sentido Urbana, permanecendo as demais em operação.

O trecho bloqueado compreende a área entre a ponte de Igapó até a rua Getúlio Vargas, no Bairro Nordeste e também a rua Jandaíra, entre as ruas Getúlio Vargas e Dr. Mário Negócio. Para a saída da Zona Norte em direção ao Centro, o horário de bloqueio no trecho é das 5h às 17h30. Já o bloqueio de acesso à avenida Felizardo Moura, no sentido Centro/Zona Norte, acontece das 5h às 19h30, de segunda a sexta-feira, e no sábado, das 05h30 às 15h30. Agentes de mobilidade da STTU orientam o trânsito na região.

Moradores e pessoas que trabalham no entorno da via podem trafegar pelo local, mediante autorização especial para circulação da Secretaria de Mobilidade Urbana. Veículos de transporte público, serviços, transporte de carga e credenciados estão com acessos liberados. Aos domingos e feriados a via tem trânsito livre. No começo do mês, a STTU iniciou o cadastro de motoristas de veículos de aplicativos para tráfego na avenida.

As obras entraram recentemente na segunda fase e os trabalhos na rua Jandaíra são semelhantes ao que ocorre na Felizardo, com pavimentação e drenagem. O investimento é de R$ 43 milhões, sendo a obra realizada conjuntamente pela Prefeitura de Natal e Governo Federal. A previsão de término é em março de 2024. Os serviços têm causado dor de cabeça a quem transita pela região. “Circulo por aqui todo dia e posso afirmar: está péssimo andar nesse trecho”, desabafa Wanderson Carneiro, que mora próximo à área onde os trabalhos estão ocorrendo.

O motorista por aplicativo, Alexsandro Rodrigues, também reclama dos transtornos. “Sempre que posso, evito a região, porque é muito complicada. Às vezes deixo até de aceitar clientes por esses lados e, quando venho para cá, é sempre um estresse”, relata.

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