Marisa expõe estrago causado por Americanas que pode contaminar setor do varejo

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O anúncio na manhã desta quarta-feira, 8, de renegociação de seu passivo pela Marisa deixou claro a seca nas linhas de crédito, especialmente para o varejo, causado pela suspeita de fraude e um rombo de mais de R$ 40 bilhões nas Americanas. Ao contrário da Americanas, a Marisa não foi à Justiça pedir proteção contra seus credores. Com o caixa apertado e vencimentos próximos, a Marisa se antecipou e vai conversar com os bancos credores para tentar reescalonar dívidas que somam cerca de R$ 600 milhões.

Especialistas em reestruturação de dívidas e advogados afirmam que o caso Americanas afetou a confiança e a capacidade de crédito de algumas contrapartes, com impacto na cadeia de fornecedores. Pesaram o escândalo e a imprevisibilidade da insolvência da Americanas.

“Com a mais absoluta certeza, outras varejistas recorrerão às renegociações. A fila vai ser grande. Americanas deve causar insolvência para muitas empresas”, disse um especialista em reestruturação já envolvido em alguns casos.

Outras varejistas tiveram medo da contaminação do ambiente de crédito em razão da Americanas e correram desde o início da crise para dizer aos bancos que suas estruturas financeiras eram diferentes. Para aquelas que conseguiram mostrar capacidade de pagamento e balanços mais transparentes, o crédito não secou. No caso da Marisa, porém, os problemas já eram mais antigos.

A empresa começou uma reestruturação em 2017. Com as dificuldades da pandemia, vendas fracas e inadimplência alta nos serviços de crédito deterioram a operação. Marcelo Pimentel, que comandou a empresa de 2019 a 2022, não conseguiu mostrar frutos mais claros do processo de reestruturação em razão desse contexto e saiu da companhia para assumir o comando do GPA.

A empresa estava à venda, mas não encontrou compradores. O interesse da família fundadora da Marisa no negócio era baixo. Além disso, a alta das taxas de juros no País limitou o apetite para operações de fusões e aquisições no segmento.

No caso da recuperação judicial da Americanas, todo o sistema bancário foi pego de surpresa. A dívida dos maiores bancos do País contra esta varejista soma cerca de R$ 20 bilhões, conforme lista de credores levada pela empresa à Justiça e que ainda deve ser revista. Esse montante está descoberto de garantias, dada a característica desses créditos, que são “relativamente” seguros, já que são lastreados por recebíveis e de prazo curto. Essa é a característica da maior parte das dívidas de varejistas.

Fontes disseram ao Estadão/Broadcast que a ideia da Marisa, por outro lado, não é viabilizar um corte desse valor, mas alongar prazo. A Marisa está fazendo uma renegociação direta com seus credores, os quais, de acordo com as fontes, estão receptivos. Bradesco, Safra, Daycoval, Alfa, ABC, Itaú e Caixa estariam na lista dos bancos de credores da Marisa, observou uma das fontes.

Segundo o diretor de um banco credor da Marisa, o caso da rede de vestuário é muito menor que o da Americanas, mas ilustra um problema “gritante” no setor, que tem sentido os efeitos da desaceleração da economia e juros altos – e que devem se manter em dois dígitos. Este executivo argumenta que as varejistas vão enfrentar um ambiente mais desafiador para o crédito em 2023.

O reforço bilionário que os bancos fizeram em provisões no quarto trimestre de 2022 por causa dos problemas da Americanas já sinaliza a abordagem muito mais cautelosa no crédito, diz um executivo de um banco. O Santander fez provisões de R$ 1,1 bilhão, enquanto o Itaú reservou R$ 1,3 bilhão para perdas com clientes.

A Marisa informou nesta manhã que contratou a BR Partners para assessorá-la no processo de renegociação do endividamento financeiro e a Galeazzi Associados para apoiá-la no aperfeiçoamento da estrutura de custos da companhia. Também disse que o diretor presidente Adalberto Pereira dos Santos renunciou à presidência da empresa, assim como o membro do conselho de administração Marcelo Adriano Casarin. Interinamente, Alberto Kohn de Penhas, atual vice-presidente comercial e executivo, assumirá o comando na empresa.

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