De volta ao Senado, Magno Malta promete ‘oposição total’ e se opõe a foto de Lula e Bolsonaro juntos: ‘Ideia das mais idiotas’

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Após as eleições legislativas de 2022, realizadas no dia 2 de outubro, os eleitores do Espírito Santo escolheram o ex-parlamentar Magno Malta (PL-ES) para retornar ao Senado Federal para um mandato de oito anos na Casa Alta do Legislativo. Apoiador do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no início do século, o ex-senador rompeu com os governos petistas e aproximou-se do presidente Jair Bolsonaro (PL) enquanto o político ainda era deputado federal e candidato ao Planalto em 2018. Defensor de pautas em defesa da criança, contra a pedofilia e em prol do conservadorismo, Malta esteve próximo de ser indicado a integrar a chapa de Bolsonaro na eleição passada e ocupar o cargo de vice-presidente. No momento em que Jair venceu as eleições presidenciais, matematicamente, coube a Magno realizar a primeira oração para abençoar o mandato do atual chefe do Executivo. Após o início do governo, o político distanciou-se da Esplanada dos Ministérios por não ter sido nomeado ministro e pouco apareceu no noticiário. Sua volta ao Senado ocorre em meio a uma “onda conservadora” eleita para o Congresso Nacional, já que sua legenda, o Partido Liberal (PL) elegeu a maior bancada de parlamentares – tanto na Câmara, com 99 deputados federais, como no Senado, com 14 representantes. Declarado oposição do novo governo eleito, Magno Malta ressalta que suas votações dependerão de como as propostas serão colocadas à mesa e rechaça qualquer aparição pública de Bolsonaro com Lula, ainda que seja uma foto ou a passagem da faixa presidencial, ideia a qual define como “das mais idiotas”. O site da Jovem Pan conversou com o senador eleito para entender como será a condução de seu mandato parlamentar.

O senhor hoje é aliado do presidente Jair Bolsonaro e identificado com as pautas que ele defende. Mas o senhor já foi base dos governos Lula e Dilma. Em 2003, chegou a dizer que que Lula seria “bem sucedido na missão de governar o Brasil”. Há chance de se aproximar novamente dos petistas neste novo governo de Lula?
Ainda bem que você citou 2003. Quem conhecia Lula em 2002 ou 2003? Eu não conhecia. Aliás, eu fui o único voto contrário na convenção, onde o Partido Liberal indicou o José de Alencar como [candidato a] vice-presidente do Lula para aquela eleição. Eu conheci o Lula no segundo turno, pelas mãos do Valter Pinheiro. A pergunta é: o homem que assaltou o Brasil, que criou a maior quadrilha que destruiu esse país, de fundos de pensão a BNDES, benéficos para seus comparsas na América Latina, o dinheiro tirado do país, os dois filhos milionários que ele fez, a destruição imposta ao país e do desemprego, é o homem que conhecíamos em 2002 e 2003? Não. Nessa época, conhecíamos o Lula com o discurso que [seu ex-marqueteiro] Duda Mendonça ensinou a ele, que seria presidente para combater a miséria e a corrupção. Quem não quer isso? Então, ao longo do tempo, fui descobrindo o que eles eram. A Dilma deu continuidade a esse processo de corrupção e foi impichada por conta das pedaladas fiscais. Ou seja, sabendo, com consciência, eles trataram com descaso a lei de responsabilidade fiscal. O aparelhamento, ministros presos, gente tirada a força por conta do desmando que fez ao país. Eu não sabia quem era [Lula], não. Isso é passado, eu fui descobrindo. Fui saber em seguida o que era o Foro de São Paulo e o que, de fato, eles estavam preparando. Na verdade, esse discurso mentiroso não tinha a ver combater a miséria. Miséria é demérito, pobreza não. Mas eles diziam combater a miséria. Como eu sou cristão, combater a miséria é o discursos que queremos ouvir. Por isso, os conservadores do Brasil se juntaram e ele se tornou presidente da República.

Mesmo na oposição ao governo de Lula, como o senhor votará em propostas da área socioeconômica, como o aumento do salário mínimo e a isenção do IR para quem recebe até R$ 5 mil , por exemplo?
Deixa eu te falar uma coisa sobre essas pautas, foi o que [o presidente Jair Bolsonaro] disse na eleição: eles [petistas], quando não estão roubando, estão mentindo. Isso, eu posso acreditar que vai acontecer. Não posso antecipar como serão as minhas votações ou como será o meu posicionamento. Eles se darão diante das pautas que virão e não da conversa fiada que Lula contou no processo eleitoral. Veja que ele já está tentando estourar o teto de gastos em R$ 200 bilhões, já caiu a Bolsa e aumentou o dólar, subiu a inflação, subiram os juros… E ele nem se tornou presidente. Nem assumiu ainda. O que posso antecipar é que eu serei oposição totalmente.

O senhor esteve cotado para ser vice ou ministro de Bolsonaro, mas isso nunca ocorreu. A que atribui esse afastamento e o fato de não ter sido convidado para ser ministro?
Isso é matéria vencida. É passado. Mandato de Bolsonaro chegou ao final. Foi um momento e nós decidimos outra coisa. Nós tínhamos outro entendimento e isso já passou. Você está no Senado com o microfone na mão, defendendo pautas e com vocação no Parlamento, como eu tenho, é muito mais importante do que ser vice-presidente da República. Nós tínhamos outro entendimento, e isso é passado. Eu e Bolsonaro somos amigos a vida inteira, nenhum tipo de arranhão e de mágoa. É passado.

A maioria do STF decidiu por tornar o senhor réu por calúnia contra o ministro Barroso. O embate com a Corte também foi um traço marcante do governo Bolsonaro. Voltando para o Senado, o senhor lutará pelo impeachment de ministros do Supremo?
Decidiu e decidiu errado, sou cidadão comum. Se alguém quer entrar contra mim, tem que ser na primeira instância, eu não tenho foro privilegiado. E naqueles dias da sabatina do senhor [ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto] Barroso, em 2003, ele era um civil. Um advogado. Eu tinha mandato e foro privilegiado. Ele não. Era só um advogado que estava sendo sabatinado. Ele sabe bem disso que o local certo é a primeira instância. Eu sempre fui combativo e passei a vida no Senado combatendo o ativismo judicial. Não é isso que vai me calar ou parar. E onde haver fato determinado, tenha certeza que vou votar a favor.

Qual a opinião do senhor sobre as emendas do orçamento secreto?
Era orçamento secreto, no processo eleitoral, para atingir Jair Bolsonaro. Agora, a imprensa de esquerda já está chamado de emendas de relator. Agora é tratada diferente. Qualquer coisa que for secreto e não for claro à população, certamente sou contra. Mas veja a contradição da imprensa. É ridículo uma coisa como essa. Isso não existe na época de Jair Bolsonaro, isso já existia, as emendas de relator. Mas orçamento secreto, claro que sou contra.

O senhor, que foi eleito pelas urnas eletrônicas no dia 2 de outubro, considera que houve fraude eleitoral no segundo turno, no dia 30?
Uma coisa é uma eleição presidencial, outra coisa são eleições proporcionais. Sempre fui a favor do voto impresso, aprovamos na Câmara e no Senado. Na época, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral era o ministro Gilmar Mendes, que decidiu não fazer. Se você tem uma máquina de pagar, com seu cartão, você paga e recebe [a impressão]. Qual o problema de você ter a identificação que cai do lado da urna eletrônica, numa outra urna de acrílico onde a pessoa possa ver. Qual o problema? Qual o crime de melhorar a tecnologia? Qual a insistência nessa urna que diz ser inviolável e não é. Tudo que é feito pela mão do homem é violável, além de ter indícios das urnas antes de 2020 de anomalias. Por que não avaliar? Você é privado da sua liberdade e ameaçado se falar mal da urna.

Bolsonaro está recluso desde a derrota para Lula no dia 30 de outubro. O senhor conversou com o presidente neste período?
Conversei com o presidente, estive com o presidente e orei com o presidente. Ele está recluso, exatamente, porque teve um problema na perna, e esse problema, a erisipela, eu mesmo já tive. Ele ficou recluso depois das eleições e ele tem o seu direito. O entendimento que ele tem e a população tem de estar na rua é de atender uma resolução do próprio TSE, que diz que o cidadão tem o direito de questionar. Ela mesma refuta o cidadão que faz o questionamento, o caso do partido. Mas o presidente está bem, a cada dia fortalecido, a cada dia recobrando as suas forças em função dessa debilidade física. E ele é o presidente da República, continua firma e trabalhando pelo Brasil. Infelizmente, vendo tudo desabar por conta de declarações dadas, por exemplo, do senhor Haddad que derrubou a Bolsa e fez subir o dólar. Os desastres que essa gente está fazendo antes mesmo de chegar onde eles sonham chegar. O presidente está bem.

O prefeito Edinho Silva, um dos principais aliados de Lula, defende uma foto do presidente eleito com o presidente Jair Bolsonaro. O que o senhor pensa disso? Acha possível? Não seria um gesto importante na busca pela pacificação do país?
Esse Edinho, não é o delatado na Lava Jato, ministro da Dilma delatado diversas vezes por fazer parte deste grande esquemão? Não vejo qualquer sentido nisso e o presidente jamais se submeteria a isso. Presidente tem uma história diferente da história de Lula, que o petista contou, que até 2000 era uma história e, quando assume, em 2003, começa a construir um assalto ao país. Bolsonaro tem uma história de conservadorismo. Onde que uma foto de Lula, junto com Bolsonaro, iria unir o país. Convence um esquerdopata. Eles podem falar tudo, convence ele disso. O presidente Bolsonaro tem uma pauta de vida completamente diferente. Acho isso uma proposta das mais idiotas.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, disse, nesta semana, que apoiará a reeleição de Lira, na Câmara, em troca de apoio para a eleição de um nome do PL no Senado. O senhor é candidato?
Eu não tenho conversado com o presidente Valdemar sobre o assunto Câmara. Sei, realmente, que nós temos força para fazer um trabalho significativo e que poderá eleger alguém da base de Bolsonaro ou do Partido Liberal, para fazer um trabalho no sentido de agregar pessoas e que possamos tirar o grupo da esquerda da mesa do Senado. O que se percebe é que o [atual presidente da Casa, Rodrigo] Pacheco está alinhado a esse grupo, às pautas do Supremo Tribunal Federal. É fazer um trabalho e nós temos força para isso.

O atual presidente do Senado é candidato à reeleição e conta com o apoio do PT e do PSD, por exemplo. Como o senhor projeta uma disputa de um nome do PL contra Rodrigo Pacheco?
O candidato à reeleição… É direito dele e legítimo. Está no regimento interno da Casa a legitimidade. É uma nova legislatura, ele tem como concorrer. A exemplo dos outros, está fazendo o trabalho dele. Nós vamos trabalhar para o nosso candidato, seja ele quem for, do nosso partido, a maior bancada, devemos eleger o presidente da Casa.

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