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Tarcísio reconhece legado de Bolsonaro para eleição em SP: ‘Transferência quase integral de votos’

Em São Paulo, o candidato do presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ministro da infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi eleito governador com 55.27% dos votos válidos no último domingo, 30. Na manhã desta segunda-feira, 31, ele concedeu uma entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, para falar sobre a vitória no maior colégio eleitoral do Brasil, quebrando quase três décadas de hegemonia do PSDB. Ele reconheceu o legado de Bolsonaro para que sua eleição se tornasse possível e agradeceu ao presidente. “Eu sou muito grato ao presidente Bolsonaro. Ele me abriu todas as portas, me fez ministro, me deu oportunidade de realizar um trabalho, me incentivou, celebrou cada vitória que nós tivemos no Ministério da Infraestrutura, me lançou na política, me deu todo apoio em todos os momentos e, se eu estou aqui, se tive uma vitória no dia de ontem, eu agradeço muito ao presidente. Se você analisar o percentual que eu tive em São Paulo e que o presidente teve em São Paulo, é praticamente uma correlação positiva de um. É uma transferência quase integral de votos. Uma coisa fenomenal. Acho que poucas vezes a gente viu isso na história política brasileira. Então, se eu estou aqui hoje como governador eleito do Estado de São Paulo, eu devo ao presidente Bolsonaro”, disse.

Já sobre as semelhanças e diferenças com Bolsonaro, Tarcísio afirmou que será um forte representante do conservadorismo e do liberalismo econômico, mas que a população deverá ver pragmatismo nele, como um gestor tecnicista: “Com certeza, nós vamos celebrar e aproveitar reformas estruturantes que foram feitas na gestão do presidente Bolsonaro, que deixa um grande legado. O que se pode esperar da minha parte é pragmatismo. É um pensamento conservador, liberal, mas muito pragmático e focado aos resultados”.

Questionado sobre a derrota de Bolsonaro nas urnas, Tarcísio culpou as crises enfrentadas pelo governo nos últimos anos. “Nós passamos por crises muito severas. O tempo de governo do presidente Bolsonaro não foi fácil. A gente pegou uma recessão brutal na Argentina, que subtraiu exportações brasileiras. Nos primeiros dias de governo, teve o desastre de Brumadinho, que afetou o setor mineral. E, se a gente for fazer as contas, talvez a gente tenha perdido 0,3 a 0,4 do PIB só em 2019 em função desse evento, tamanha a relevância do setor mineral. Depois pegamos a crise da Covid-19, a maior crise que a nossa geração já se deparou. Uma crise que pegou o mundo de surpresa, ninguém estava preparado, ninguém sabia exatamente o que era, nem como proceder. E sempre se preocupou em preservar o emprego, sempre se teve a visão de que o Brasil é um país pobre, que não podia esbanjar, que tinha uma massa de informais, 40 milhões de informais. Então, havia a necessidade de ter uma postura que privilegiasse a atividade econômica e o trabalho. Medidas foram tomadas, mas a pandemia deixou muitas cicatrizes, machucou muitos brasileiros. Na sequência enfrentamos uma crise hídrica, uma guerra na Ucrânia, com todos os seus efeitos. A economia global se desorganizou, sofremos com inflação”, disse.

Ainda assim, Tarcísio defendeu as ações do governo Bolsonaro diante das crises vivenciadas, afirmando que a população, que foi diretamente impactada, pode não ter entendido bem que aquilo que foi feito foi positivo, levando o país de volta ao crescimento. “O Brasil, que soube lidar com isso, está crescendo, gerando empregos e oportunidades, aprovou reformas estruturantes. No entanto, muitas vezes, as pessoas não percebem o que aconteceu. Então, acho que a gente tinha uma sociedade que se machucou, que sofreu muito com as crises que vieram e que não percebeu o quanto nós avançamos. Foi uma disputa muito parelha, muito dura, muito próxima. Ao longo desse tempo, a gente sofreu muito da oposição, em todos os níveis. E não foi possível contrapor a força da mudança. Agora é olhar para a frente e pensar no melhor para o Brasil, que tem que caminhar na direção da sua vocação, que é ser grande (…) O Brasil vai ser o destino preferencial do investimento desde que a gente mexa as alavancas corretas. Acho que tem uma questão de reforma tributária que tem que vir para a mesa. É fundamental para modernizar o nosso ambiente de negócios. E, a partir disso, a gente aproveitar as oportunidades que o mundo vai nos oferecer”, afirmou o governador eleito de São Paulo.

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