Para quem pensa que o consumo de drogas na praia de Pipa é algo “natural” ou “artesanal”, a Polícia Civil do RN tem conseguido mostrar que a realidade é diferente. Em uma série de operações, intituladas de “Liberdade”, os policiais civis têm prendido quase que semanalmente pessoas envolvidas com o tráfico de drogas. A organização é suficiente para criar uma estrutura que usa até centrais de monitoramento de câmeras e recrutamento de jovens (adolescentes) em cidades maiores, como Natal.
Nesta quinta-feira (17), uma nova fase foi deflagrada. A ação, em parceria com a Polícia Militar, prendeu mais cinco pessoas. Já são 65 em seis meses de operação. Ou seja: mais de 10 pessoas por mês ou uma a cada três dias.
Segundo as investigações, o grupo detido agora distribuía entorpecentes em diversos pontos de venda localizados no centro do município. Foram apreendidas também 172 porções de maconha, 6,5 kg da mesma substância, seis porções e 188 papelotes de cocaína, 30 porções de haxixe, 1.100 comprimidos de ecstasy, 900 selos de LSD, uma porção de MD, R$ 3.100 em dinheiro, 20 munições de calibre 9mm, 30 munições de calibre .38 e um revólver calibre .38 com numeração suprimida. Além disso, foram apreendidos diversos sacos zip lock, maquinetas de cartão e aparelhos celulares.
ADOLESCENTES
Iniciada em abril e acumulando prisões, a operação Liberdade forçou os grupos criminosos que atuam em Pipa a buscar adolescentes em outros municípios. Em setembro, cinco adolescentes de Natal foram flagrados em uma boca de fumo em Pipa.
De acordo com as investigações, os menores foram recrutados em Natal para atuar no ponto de venda de drogas, recebendo cerca de R$ 750,00 por semana. Um dos adolescentes, residente de Mãe Luiza, já acumulava seis processos por atos infracionais, incluindo o cumprimento de medida socioeducativa de 1 ano e 6 meses por assalto à mão armada.