A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), na última sexta-feira(12), que tornou sem efeito uma lei estadual que proibia a adoção da linguagem neutra nas escolas de Rondônia reacendeu o debate em torno das adaptações na língua portuguesa que, defensores alegam, busca a inclusão de pessoas não binárias, através do uso de pronomes neutros.
Em meio à polêmica na sociedade brasileira e redes sociais sobre o uso da linguagem, que críticos apontam como desnecessária ou instrumento político, vieram à tona vídeos da educadora e autora de dois best-sellers Cíntia Chagas, trazendo mais argumentos para o debate. Durante entrevistas à Rede TV e ao “Programa Pânico” (da rede Jovem Pan) em 2021, a professora formada em letras afirmou que a linguagem neutra promoverá mais exclusões do que inclusões, já que, segundo a especialista, o uso dela dificultará o aprendizado de pessoas com dislexia, deficiência auditiva e deficiência visual.
“Na medida em que os cegos precisam fazer leituras através de softwares, eles são prejudicados pelo uso da linguagem neutra. Ela também exclui os surdos, que precisam fazer a leitura da linguagem labial e os disléxicos, que já possuem uma dificuldade natural de compreensão. Portanto, usa-se uma pauta de inclusão, quando na verdade não há inclusão”, disse Cintia à Rede TV.
Em entrevista concedida ao programa da Jovem Pan, Cíntia afirmou que o uso da linguagem neutra possui um papel vazio, já que, para ela, a forma atual da língua portuguesa abrange a todos de maneira satisfatória. “Se eu digo boa noite a “todos”, eu já me refiro a todas. Quando eu digo boa noite a todos e a todas, eu estou sendo redundante. Se eu digo boa noite a todes, é uma imbecilidade”, afirmou.
Formada em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais, Cíntia Chagas escreve para a coluna “No Ponto”, da Forbes Brasil e é autora dos best-sellers “Sou Péssimo em Português e “Um Relacionamento Sem Erros (de Português)”, além de ser a criadora de um curso online para melhorar o uso do português.