O dólar se firmou em leve baixa ao longo da tarde no mercado local, apesar do avanço firme da moeda americana em relação a divisas emergentes latino-americanas e de países exportadores de commodities. Pela manhã, o dólar até ensaiou uma movimento de alta e chegou a superar o nível de R$ 5,95, com máxima a R$ 5,9564. No entanto, a divisa perdeu força ao longo da tarde e operou pontualmente abaixo de R$ 5,90, registrando mínima R$ 5,8997. No fim do dia, a moeda americana recuava 0,09%, a R$ 5,9133 – menor valor de fechamento desde 26 de novembro (R$ 5,8081). O contrato de dólar futuro para fevereiro recuou 0,30%, a R$ 5,9000.
Foi o sexto pregão consecutivo de queda do dólar, com desvalorização acumulada de 2,51% no período. Em janeiro, a moeda americana apresenta baixa de 4,32% em relação ao real, que apresenta o terceiro melhor desempenho no mês entre as principais divisas globais, atrás apenas do rublo russo e do peso colombiano. Segundo operadores, o real pode ter se beneficiado de fluxos pontuais de recursos para ações domésticas e de um eventual ajuste técnico carteiras, com investidores abandonando o peso mexicano para recompor posições na moeda brasileira.
Parte dos analistas pondera que a provável elevação da taxa Selic em 1 ponto porcentual pelo Comitê de Política Monetária (Copom) nesta quarta-feira (29), aliada a um tom duro no comunicado, tende a aumentar a atratividade de operações de carry trade e, por tabela, atrair investidores. Além disso, a ausência de surpresas negativas vindas de Brasília, em meio ao recesso parlamentar, teria aberto uma janela para apostas no real, que se depreciou mais de 20% no ano passado.
Termômetro do comportamento da moeda americana frente pares, o índice DXY apresentou ligeira queda, sobretudo em razão da valorização do iene. As bolsas em Nova York sofreram, em especial o índice Nasdaq, com baixa de mais de 2%, na esteira da notícia de que a empresa chinesa DeepSeek apresentou avanços consideráveis em inteligência artificial com menos recursos que os utilizados pelas companhias dos EUA.
Entre as divisas latino-americanas, o peso colombiano caiu mais de 0,80%, enquanto o peso mexicano amargou perdas superiores a 2%. No estilo morde-e-assopra, Trump recuou da intenção de tarifar produtos colombianos, após a Colômbia concordar receber imigrantes ilegais extraditados. De outro lado, fontes ouvidas pela Dow Jones revelaram que Trump pode realmente impor tarifa de 25% ao México e ao Canadá a partir de sábado, 1º de fevereiro, como prometeu.