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Rio Guaíba atinge maior nível desde histórica enchente de 1941 em Porto Alegre

O Rio Guaíba, em Porto Alegre, voltou a atingir níveis preocupantes de inundação nesta segunda-feira, 20, levando a prefeitura a iniciar o fechamento das comportas do sistema de proteção contra cheias.

De acordo com o Departamento Municipal de Águas e Esgotos (Dmae), o nível da água chegou a 3,19 metros, ultrapassando a cota de inundação de 3 metros e chegando ao nível mais alto desde a histórica enchente que assolou a capital gaúcha em 1941.

Essa é a terceira vez desde setembro que a administração municipal fecha parte das comportas do sistema de proteção.

O último acionamento ocorreu em 2015, quando o nível do rio atingiu 2,97 metros.

O aumento do nível do Guaíba é resultado do excesso de chuvas nos últimos dias, que também ameaça a população ribeirinha.

Segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Porto Alegre registrou o terceiro inverno mais chuvoso desde 1961.

Com 31 dias de chuva igual ou superior a 1 mm e uma precipitação total de 652,2 mm.

Esse valor está muito acima da média sazonal de 435,5 mm e fica atrás apenas dos volumes registrados em 1972 (694,7 mm) e em 2020 (677,9 mm).

As fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde a última quarta-feira, 15, já causaram a morte de pelo menos quatro pessoas.

Segundo a Defesa Civil estadual, mais de 194 mil pessoas foram afetadas pelos eventos climáticos, incluindo vendavais, enxurradas, inundações e soterramentos. Além disso, 138 cidades relataram danos e ocorrências diversas.

Até o momento, há 63 pessoas feridas, 7.527 desalojadas e 2.653 desabrigadas. Entre as mortes registradas, duas ocorreram em Gramado, onde as chuvas intensas causaram desmoronamentos e inundações.

Em Vila das Flores, um homem morreu após o carro em que ele estava ser arrastado por uma enxurrada para dentro do Rio da Prata.

Já em Giruá, o desabamento de um centro esportivo resultou na morte de uma fisioterapeuta e feriu cerca de 60 pessoas.

Diante da situação, o governo estadual já repassou 1,7 mil cestas básicas e 1.500 litros de água potável para as cidades afetadas.

Além disso, o Fundo Estadual de Defesa Civil aprovou a liberação de R$ 60 milhões para os municípios atingidos por desastres naturais entre setembro e novembro.

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