‘Preços serão impactados’, diz secretário da Agricultura de São Paulo sobre efeitos do calor no campo
As altas temperaturas não levam preocupações apenas à saúde das pessoas.
A produtividade também está sendo impactada.
O secretário de Agricultura de São Paulo, Guilherme Piai, destaca que as lavouras têm sofrido, especialmente devido ao período do plantio. “Infelizmente, essa onda de calor chegou numa época crucial para a lavoura do Estado.
É uma época de plantio. Então, essas altas temperaturas têm prejudicado.
Muitos produtores estão fazendo o replantio.
Isso gera prejuízo financeiro.
Além de atrapalhar a germinação, ela pode cozinhar a semente porque a temperatura no solo fica muito alta.
O solo exposto, numa temperatura de 37ºC, pode chegar até 70ºC”, detalhou, em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta segunda-feira, 20.
Apesar de ser um dos países mais avançados no que diz respeito no campo, o Brasil ainda apresenta uma expressiva defasagem numa lacuna do agronegócio: o número reduzido de seguros rurais. “O investimento na lavoura é muito alto. Por isso, temos que melhorar o seguro.
O produtor brasileiro é um herói. Nos EUA, eles têm quase 90% de seguro rural.
Na China, cerca de 60%. No Brasil, nós não tempos 15%”, pontuou. Guilherme Piai ainda prevê alta nos preços de alguns produtos devido aos impactos climáticos. “O mercado é oferta e demanda.
A soja e o milho já estão tendo alta.
O que está acontecendo, no Brasil, com o aumento de temperatura intenso, o clima está confuso.
Temos seca no Norte e Nordeste, onda de calor no Centro-Oeste e Sudeste, além de chuvas avassaladoras no Sul.
Com isso, é fato que vai diminuir a porcentagem dessa safra.
Os preços vão aumentar”, declarou o secretário, que ainda chamou atenção para um dado alarmante da Organização Mundial Meteorológica de que esse ano será o mais quente dos últimos 125 mil anos.