Arthur Maia confirma que imagens do Ministério da Justiça não enviadas à CPMI do 8/1 foram apagadas
As imagens da câmera voltada para o estacionamento do Ministério da Justiça e da Segurança Pública,
assim como de outras internas não enviadas à Comissão Parlamentar de Inquérito do 8 de janeiro, já não existem.
A informação foi passada pelo ministro Flávio Dino ao presidente da CPMI, deputado Arthur Maia, segundo este.
A justificativa é a de que o sistema de gravação dessas câmeras só preserva as imagens por 15 dias e depois elas são
sobrepostas por novas gravações.
Considerando que outras gravações foram preservadas, resta a dúvida.
Câmeras idênticas teriam sistemas diferentes de gravação? Para resolver o problema, a CPMI poderia apreender
todo o equipamento e contratar uma perícia independente, Mas isso dificilmente acontecerá.
O exercício do poder de política conferido à comissão depende de agentes da Polícia Federal, mas o MJSP
se recusou a cedê-los, em claro desrespeito ao Parlamento. Em seu estilo conciliador, Maia tenta minimizar
o problema, alegando que “todo mundo já sabe que tinham quatro batalhões da Força Nacional” no estacionamento,
“e que esse efetivo não foi empregado na defesa da Esplanada”.
Como mostrei ontem, o próprio diretor da FNSP confirmou a disponibilização do efetivo de 214 agentes,
além de 24 veículos e dois drones.
No relatório que enviou à CPMI, diz que só enviou dois batalhões (60 homens) Para tentar retirar os vândalos
e que o restante foi usado para impedir invasões ao edifício sede do MJSP e seus anexos.
Mas não há imagens que comprovem qualquer tentativa de invasão do local por isso as imagens seriam importantes.
Senadores e deputados querem convocar a depor o delegado Ivair Matos Santos, assim como o comandante do batalhão
de pronto emprego da FNSP.
Coronel Sandro Augusto de Queiroz, mas os governistas resistem assim como resistem à convocação dos detidos no 8 de janeiro.
A relatora Eliziane Gama prefere criar cortinas de fumaça com uma suposta delação premiada para Walter Delgatti
e Mauro Cid. Chega a arder os olhos! É um fim tão melancólico quanto o da CPI do MST, mas com requintes de covardia.
O instituto da CPI está sendo definitivamente desmoralizado por nossos nobres parlamentares.