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Zema afirma que não vai participar da posse de Lula; Eduardo Leite avalia se poderá ir a Brasília na data

Diversos governadores de Estados brasileira participaram do Congresso Brasil Competitivo 2022, promovido pelo Movimento Brasil Competitivo para discutir o posicionamento do país no cenário mundial. Na ocasião, eles avaliaram se devem participar da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e comentaram o que pensam sobre a PEC da Transição, que prevê a liberação de recursos acima do teto de gastos para custear o Auxílio Brasil de R$ 600 e o aumento real do salário mínimo, acima da inflação. O governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), não deve comparecer à posse de Lula, mas negou que seja por motivação política. O aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL) deve realizar uma cerimônia em Belo Horizonte para iniciar o segundo mandato. Zema lembrou que também não foi à posse de Bolsonaro e disse que vai apoiar medidas que julga positivas para o Brasil mesmo no governo Lula. “Falo que eu não tenho oposição a pessoas. Eu tenho oposição a ideias. Se o presidente Lula propor uma reforma tributária, uma reforma administrativa, ele pode contar comigo, eu vou estar do lado dele, porque eu quero as reformas que o Brasil precisa. Agora, se for para fazer populismo, aí eu vou criticar”, comentou Zema.

O governador reeleito do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), ainda não sabe se vai comparecer e disse que não conversou com o presidente eleito. “Nem sei ainda se vai ser possível conciliar a agenda da minha própria posse, no Rio Grande do Sul, com a posse presidencial. Se for possível, em deferência a um momento importante da nossa democracia, não tenho nenhum problema em participar. Conversei apenas com o vice-presidente eleito, não não fiz nenhum movimento para conversar com o presidente eleito, não porque não desejo falar com ele, mas, simplesment,e porque compreendo, na mesma medida em que eu estou também fazendo um processo de transição, que é mais simples e mesmo assim me demanda muita atenção em relação ao governo, formação de equipes, estruturas e tudo mais, então sei que o momento é especialmente difícil para o presidente eleito e respeito que ele esteja montando a sua equipe, mas vamos manter a relação”, disse Leite.

Sobre a PEC, Leite reconhece que a garantia de pagamento é necessária, mas cobra uma sinalização de responsabilidade fiscal por parte do governo eleito. “Tem o pedido de autorização para o gasto sem uma demonstração clara de como vai enfrentar o tema fiscal no médio e no longo prazo, então isso é o que gera, talvez, esse descompasso da própria bancada, porque, de um lado, a medida pode é defensável pela urgência de garantir à sustentação de um programa como o Bolsa Família ampliado aos R$ 600, de outro lado, olhando para o interesse do país no médio e longo prazo, se desejava que pudesse ter, no mínimo, uma sinalização do governo de responsabilidade e busca pelo equilíbrio das contas para reduzir a participação da dívida sobre o PIB”, pontuou

O governador reeleito do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), também defendeu a responsabilidade fiscal, mas culpou o governo Bolsonaro pela atual situação complicada. “A PEC virou necessidade pelo gasto exagerado do governo 2022, pela busca de usar a máquina pública para campanha eleitoral, acabou que fez-se um buraco no orçamento de 2023, e era necessário que tivesse de fato alguma medida para que se ultrapasse 2023. Mas é importante que a gente não abandone o rigor e o equilíbrio fiscal. É importante que o governo federal use esse instrumento, que poderá ser aprovado no Congresso Nacional, mas que ele se atente cada vez mais pela necessidade do equilíbrio fiscal, porque é fundamental para a gente voltar a ter credibilidade e atrair cada vez mais investimento privado”. Após ser aprovada no Senado, a PEC da Transição deve ser votada na Câmara dos Deputado na semana que vem.

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