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Entenda por que tantos craques foram cortados ou sofrem com lesões na Copa do Mundo

O número alto de lesões nesta Copa do Mundo tem chamado a atenção dos torcedores e, principalmente, das comissões técnicas das seleções presentes no Catar. Grandes estrelas do futebol mundial ficaram fora da competição por problemas físicos, como Kanté, Pogba, Benzema, Mané e Reece James. A bruxa à solta antes da competição chegou ao país do Oriente Médio e atingiu a Seleção Brasileira: Neymar sofreu uma lesão grande no tornozelo direito na partida de estreia e ficou de fora do restante da fase de grupos. Além dele, o lateral-direito Danilo também teve lesão constatada no ligamento do tornozelo esquerdo. O último foi o lateral-esquerdo Alex Sandro, fora da última partida do Brasil na primeira fase por conta de uma contusão no músculo do quadril esquerdo. Na visão do preparador físico da seleção brasileira de futsal Mauro Sandri, o pouco tempo de preparação dos atletas para a disputa do Mundial é um dos fatores que contribuiu para o número alto de lesões.

Normalmente, a Copa é disputada nos meses de junho e julho, após o fim da temporada europeia. O Mundial do Catar, no entanto, está sendo disputado no meio do calendário europeu, o que tornou o tempo de preparação mais curto. “O calendário interfere. Nas outras edições, as equipes tiveram um tempo maior de preparação, e os jogadores tinham condições melhores para a disputa. Neste ano, a maioria estava em atividade. O intervalo entre a última partida pelo clube e a estreia na Copa foi curto”, explicou Sandri. Outro ponto curioso mencionado pelo especialista é que o problema tem atingido os grandes jogadores da seleções, que naturalmente são mais exigidos tecnicamente e fisicamente. Destaque para a seleção francesa, que perdeu destaques de sua equipe titular. “Coincidentemente, os grandes atletas é que estão se machucando. Um caso marcante é o da França, que perdeu oito atletas. Teve seleção que não perdeu nenhum”, apontou.

Neymar jogará o resto da Copa?
O preparador acredita que tanto o atacante quanto Danilo estarão à disposição de Tite nas fases decisivas do Mundial. No entanto, é inevitável que ambos sofrerão limitações. “Principalmente nos movimentos, por se tratar de uma articulação de mobilidade. Vão ter que conviver com dores, principalmente após os jogos. Vão precisar fazer um trabalho de recuperação para controlar a inflamação. Mas acredito totalmente na participação de Neymar e Danilo nos jogos de mata-mata”, disse. O departamento médico da seleção também estão com a mesma expectativa. O atacante, inclusive, apresentou uma evolução no tratamento. Mas a equipe médica trata o caso com cautela.

Quem também tem se queixado de dores é o astro argentino Lionel Messi. O jogador chegou a treinar com o tornozelo inchado, mas atuou nas três partidas da Argentina na fase de grupos. Baseado em dados da Fifa, o preparador físico cita que o argentino chega a correr de 9 a 10 km por jogo. A intensidade, somada à idade de Messi (35 anos), faz com que o jogador sofra desgastes. Além disso, com o avançar da competição, o intervalo entre um jogo e outro fica curto. “Acredito que os atletas mais experientes sofrem mais por conta da intensidade. A Fifa tem divulgado o quanto os jogadores estão correndo, e o Messi chega a percorrer de 9 km a 10 km por jogo. Naturalmente, isso pode causar desgastes. Além disso, o tempo de preparação dos atletas, que deve ser de 72 horas, vai se afunilando no decorrer da competição. O risco de sofrerem alguma lesão muscular é maior”, explica.

Durante a preparação para a disputa de uma grande competição, é preciso haver harmonia entre a comissão técnica da seleção, o jogador e o clube onde ele atua. Quanto mais cedo a comissão técnica tiver o jogador à sua disposição, melhor será o monitoramento da condição do atleta. “Esse alinhamento entre comissão técnica das seleções, jogadores e os clubes é fundamental. Ter os jogadores faltando pouco tempo para o início da competição dificulta o trabalho”, finalizou. O Brasil entra em campo contra Camarões nesta sexta-feira, 2, às 16 horas, pela última rodada do Grupo G. Simultaneamente, Sérvia e Suíça se enfrentam na outra partida do grupo. Garantido nas oitavas de final da Copa, Tite poupará titulares visando o mata-mata. E, claro, a diminuição das lesões entre seus comandados.

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